quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Desbafo contra Hospital Gomes da Frota

Quanto vale um Raio X

Hoje pela manhã, passei por uma situação que me fez lembrar daqueles e-mails que a gente recebe contando de casos onde pessoas são dopadas e tem seus órgãos retirados e vendidos no mercado negro. Explico para vocês.
Como todos os dias, acordei e saí para o trabalho, mas no meio do caminho, um imprudente motociclista surgiu na minha frente (também ando de moto). No reflexo, para não me chocar contra ele e dá de cara com o asfalto, subi o canteiro da Av. Mister Hull, quase em frente à faculdade de Agronomia e voei para o outro lado pista.

Milagrosamente nada sofri, exceto um grande susto e uma enorme sensação de impotência diante do acontecido. Eram quase 8 horas da manhã e estava eu lá, no meio da rua após um voo sobre o canteiro de uma avenida movimentadíssima, chorando, esperando por socorro.
Como ninguém se prontificou a me ajudar, segui para casa da minha irmã. Depois do choro, percebi que algo em mim doía muito, meu ombro direito estava machucado pelo impacto da pancada no meio fio do canteiro.

Procurei um hospital da rede pública que atendesse urgência traumatológica. Fui ao Hospital Gomes da Frota, lá disseram que eu seria atendida mediante boletim de ocorrência do acidente, cópia da minha CNH e do DUT da minha moto. Seria utilizado nesse caso, o Seguro Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre, o DPVAT.

Até aí tudo bem, afinal de contas pago anualmente quase R$ 300,00 por esse seguro e nada mais justo que ter direito a ele quando houver necessidade.
Estaria tudo bem, se as pessoas do hospital não tivessem insistido para que minha irmã fosse imediatamente à uma delegacia registrar o B.O. no meu lugar, e se eles não tivessem se recusado em permitir que eu não ficasse sozinha no hospital até que o radiografia e o laudo médico fossem feito. Estaria absolutamente tudo dentro da normalidade, se eles não tivessem feito eu assinar um internamento, sem eu saber do que se tratava.

Tudo estaria normal, se eu não tivesse sido levada por um corredor escuro do hospital, até um quarto que me recusei ficar, e que a enfermeira de plantão queria me convencer que eu precisava ficar internada até a chegada do médico às 15h.
Fiquei confusa, sem entender porque eu tinha que ficar sozinha, internada num quarto de hospital esperando para que o médico visse um raio x, que o mais leigos dos leigos, sem grandes dificuldades chegaria à conclusão que não havia nenhuma fratura ou algo que justificasse meu internamento.
Mas aí, a ficha caiu! Minutos antes de ser conduzida até o quarto, vi um cartaz do Governo do Estado do Ceará onde esclarecia sobre o uso do DPVAT que pode ser solicitado em caso de morte, invalidez e despesas médicas, que era o meu caso.
Para essa situação, diz-se o seguinte:

REEMBOLSO DE DESPESAS MÉDICO-HOSPITALARES DAMS
Situação coberta: reembolso de despesas médico-hospitalares pagas por pessoa física ou jurídica pelo tratamento de lesões provocadas por veículos automotores ou por cargas transportadas por esses veículos.
Valor do reembolso: o valor do reembolso é de até R$ 2.700,00 por vítima, variando conforme a soma das despesas cobertas e comprovadas, aplicando-se os limites definidos nas tabelas autorizadas pela Superintendência de Seguros Privados - SUSEP.
(Fonte: http://www.dpvatseguro.com.br/conheca/oquee.asp)

Pronto, era isso! Um raio x, naquele momento estava valendo R$ 2.700,00 que talvez fossem pagos ao Hospital Gomes da Frota, que prontamente fez questão de me internar e sabe lá Deus, mais o que, eles teriam feito para me manter presa naquele lugar horroroso!
Presa sim, porque a enfermeira insistia em dizer que eu tinha que ficar internada para tratar uma possível fratura ou ruptura de um ligamento, que ela cogitava existir, mesmo sem médico ter olhado ao menos para mim.
E quer saber mais? Depois de eu dizer repetidas vezes que não ficaria internada simplesmente para saber o resultado de raio x, falei com todas as letras para enfermeira que sabia que o motivo de tanto empenho para eu ficar internada era o DPVAT.

Depois disso, a gentil moça surgiu com um envelope branco, contendo a radiografia e me cobrando R$ 30,00 pelo serviço.
Saí de lá fugida, com medo de ser capturada pelos funcionários do hospital e ter que pagar a quantia cobrada.
Achei que isso só acontecia em filmes de terror, suspense ou coisas do gênero, mas aconteceu comigo, na manhã do dia 13 de agosto de 2009, no Hospital Gomes da Frota, em Fortaleza.

terça-feira, 7 de abril de 2009


Uma singela homenagem feita precariamente no Photoshop por mim.

Um breve relato histórico
Por uma questão de curiosidade e de pesquisa para fazer o cartaz acima, fiz uma pesquisa histórica pra saber da onde, afinal, o dia sete de abril foi instituído como Dia do Jornalista/Jornalismo. 
O italiano "abrasileirado" João Batista Líbero Badaró foi um jornalista que viveu em São Paulo na primeira metade do século XIX. Defensor árduo do liberalismo (incluindo a liberdade de expressão e de imprensa), Líbero Badaró foi assassinado na porta de casa por quatro alemães que lhe interpelaram com o pretexto de lhe entregarem uma correspondência. Ao dizer a frase: "Morro defendendo a liberdade", o jornalista deu seu último suspiro em 20 de novembro de 1830.
O movimento popular gerado por sua morte levou à abdicação de D. Pedro I em 7 de abril de 1831 e, desde esse ano, o dia foi instituído como Dia do Jornalista pela Associação Brasileira de Imprensa.

Parabéns por cada gota de suor que dedica a um trabalho que exige mais do que apenas tolerância, mas uma verdadeira paixão e carinho por uma área de atuação tão linda e complicada como essa. 

Parabéns, Jornalistas!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Outro lado da história

Nos tempos em que Fortaleza era considerada por muitos a Fortaleza Belle Époc, a casa do Dr. José Lourenço já escrevia suas primeiras páginas na história da cidade.
O próprio Dr. José Lourenço ja fazia história sem se dar conta disso. Médico bem quisto pela sociedade alencarina, Dr. José atendia e consultava a todos que batiam à porta de seu sobrado.
Ricos e pobres. Ninguém deixava de ser atendido.
E como pagar pelo serviço?
Ora! Os de familias mais agastadas, pagavam em espécie!
Os menos afortunados também... mas em espécies com duas ou quatro patas, com bicos ou focinhos...
É, o Dr. José Lourenço recebia em forma de pagamento e muitas vezes em agradecimento pela atenção que deu àquele menino goguento ou à velha meio brôca que não parava de tossir, galinha, pato, o bacurim mais mais gordim da ninhada. Ou então, um saco de feijão da lavra, ou queijo de cabra que a esposa do Seu Fulano acabou de prensar lá no sítio.

Anos depois da morte do Dr. José Lourenço, o sobrado virou "Casa de Tolerância", onde mulheres de vida fácil cumrpriam diariamente o seu metiér.
Pois é... o sobrado imponente virara prostíbulo.

As quengas que lá trabalhavam, conheciam cada um dos seus clientes pelo pisar dos sapatos no assoalho da casa. As passadas dos seus senhores provocavam um "ringido" no piso de madeira, identificando o portador do pisar.

E com isso, a quenga da vez se preparava para executar tão sabiamente seu ofício.

Fortaleza é assim... cheia de arte, história e muita memória.
Fortaleza é a cidade onde o povo vaiou o sol, onde o bode foi vereador bem votado, onde Iracema se banhava e onde hoje todos nós vivemos!

Fortaleza meu amor, cheia de encantos e encontros.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

História da Arte

Localizado em um dos prédios mais antigos do Ceará, o Sobrado Dr. José Lourenço encanta antes pela arquitetura do que pelas exposições. Antiga residência do médico sanitarista Dr. José Lourenço, o espaço amplo e claro tem muita história para contar. Após a morte de seu primeiro dono, o Sobrado já foi oficina de mercenária, repartição pública e, antes de virar um centro de artes visuais, um bordel.

Logo quando se entra, já é oferecido ao visitante o acompanhamento de um guia, que conta um pouco a história do artista e de cada peça exposta. A primeira sala dá saída pra rua e quebra a sensação de solidão pela variedade de rostos em peças extremamente coloridas que estão encaixadas em absolutamente todas as paredes do salão.

O artista, Carlos Augusto Dias Vital ou Carlito, segundo o guia Thiago Santana, era um homem muito solitário e pintava rostos de modo a imaginar companheiros e não sentir-se mais tão só. O artista concluiu a justificativa do tema utilizado (“Retrato de um mundo às avessas”) no longo texto adesivado na parede, com a frase: “... E conquistar nesse mundo o que mais existe de real, o surreal que é a vida”.

Para criar seus desenhos, Carlito usava uma variedade de “telas”, que iam desde chapas de metal até pára-brisa de automóveis. Mas não era só esse artista que usava matérias-primas incomuns para fazer seus trabalhos. Nos andares mais altos do prédio – que tem até um elevador panorâmico que leva o visitante até o quarto e último andar – as pinturas expostas são riscadas em madeira, pedra e até placas de metal, para depois serem “carimbadas” em papel.

O Sobrado Dr. José Lourenço, porém, é muito mais que um centro de exposição de artes visuais. Como foi restaurado em 2006 com o apoio da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu e do Instituto de Arte e Cultura do Ceará, o centro também oferece cursos de artes visuais como xilogravura e fanzine.

Endereço: Rua Major Facundo, 154 – Centro (perto da Praça do Ferreira)
E-mail: sobrado@secult.ce.gov.br
Informações: (85)3101.8826 / 3101.8827
Exposições atuais: Gravuras Ibero-Americanas da Atualidade e Retratos de um Mundo às Avessas.

FOTOS DO SOBRADO DR. JOSÉ LOURENÇO

Fachada
Da esquerda para a direita: Geórgia Mara, Hector Cândido, Thiago Santana.


3º piso

2º piso


Escada de acesso




1º piso entrada


1º piso



Entrada